Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira, 23 de setembro de 2024, com movimentos mistos entre as ações que compõem o índice. Do lado positivo teve destaque para a Santos Brasil (STBP3), que subiu mais de 15% após o anúncio da venda de participação de seus acionistas para o Grupo CMA. Por outro lado, o índice foi pressionado pela queda de ações do setor siderúrgico, especialmente a Usiminas (USIM5), que despencou quase 5%, refletindo o rebaixamento de recomendação do JPMorgan e as revisões para o minério de ferro. Ao fim do pregão, o Ibovespa fechou com alta leve, sinalizando uma recuperação após quedas recentes, mas com volatilidade setorial.
Dólar frente ao Real: O dólar encerrou o dia cotado em R$ 5,53, com alta de 0,25% em relação ao real. O movimento de valorização da moeda americana foi influenciado por incertezas no cenário global, como a política monetária dos Estados Unidos e a desaceleração da economia chinesa, que afetam diretamente países emergentes como o Brasil. A pressão sobre o real também reflete as preocupações locais com o crescimento econômico e as expectativas em torno das taxas de juros, mantendo o dólar em patamares elevados.
Ações com maiores altas no dia:
Santos Brasil (STBP3)
Ao longo dia a ação da Santos Brasil chegou a registrar uma alta de quase 18%, próximo ao fechamento a ação mantém alta de mais de 15%.
O movimento ocorreu após o anúncio da venda de participação dos acionistas da empresa, principalmente os fundos da Opportunity, para o Grupo CMA. O valor da transação foi de R$ 13,2 bilhões, com um preço de R$ 15,30 por ação, representando um prêmio de 20,4% sobre o último fechamento. Esse anúncio foi visto como positivo pelos analistas, pois assegura os direitos dos acionistas minoritários e deve impulsionar a eficiência da companhia, que agora será controlada por um dos líderes globais em logística.
A STBP3 acumula uma alta de mais de 63% no ano.
WEG (WEGE3)
A WEG (WEGE3) apresentou alta de 3,18%, fechando a R$ 54,19. A empresa mantém uma valorização de 48,98% no acumulado do ano, consolidando sua posição no setor de tecnologia industrial.
Embraer (EMBR3)
A Embraer (EMBR3) também foi destaque positivo, subindo 2,65% e encerrando a R$ 49,53. A alta anual da empresa é de impressionantes 121,21%.
Azul (AZUL4)
Azul Linhas Aéreas subiu 2,09%, cotada a R$ 5,37. No entanto, enfrenta uma queda acumulada de -66,46% no ano, evidenciando dificuldades no setor aéreo.
Pão de Açúcar (PCAR3)
As ações do Pão de Açúcar avançaram 2,08%, fechando a R$ 2,94. A empresa registra queda anual de -27,59%, mas apresentou um leve respiro no pregão.
Ações com maiores quedas no dia:
Usiminas (USIM5)
A Usiminas liderou as perdas, com uma queda de -4,93%, fechando a R$ 5,59.
A desvalorização de Usiminas reflete um cenário difícil para a empresa e para o setor de siderurgia em geral. Recentemente, o JPMorgan rebaixou sua recomendação para a ação de “overweight” (compra) para “underweight” (venda), reduzindo o preço-alvo de R$ 11 para R$ 5,50, uma queda significativa. Essa revisão está ancorada em três principais fatores:
- Custos elevados de produção: Apesar da expectativa de redução de custos após a reforma do Alto-Forno 3, os custos não diminuíram como esperado. O real mais fraco em relação ao dólar e os altos preços de insumos, como as placas de aço, pressionaram as margens da empresa, principalmente nas plantas de Ipatinga e Cubatão.
- Pressão da China no mercado de aço: A China, maior produtora mundial de aço, continua a inundar o mercado global com sua produção, reduzindo os preços internacionais. A recuperação da demanda doméstica e a implementação de tarifas protecionistas no Brasil ainda não foram suficientes para melhorar as margens da Usiminas.
- Queda nos preços do minério de ferro: As perspectivas para o minério de ferro também foram revisadas para baixo pelo JPMorgan, que agora projeta preços de US$ 110/t em 2024, US$ 100/t em 2025 e US$ 95/t em 2026. Com isso, as receitas da Usiminas, que também dependem da venda de minério de ferro, serão impactadas negativamente.
No acumulado do ano, a ação USIM5 já apresenta uma queda de aproximadamente 38%, negociando em patamares vistos durante a pandemia de Covid-19. O cenário desafiador para a empresa, tanto em termos de custos quanto de demanda global, deve continuar pressionando seus resultados no curto e médio prazo.
Yduqs (YDUQ3)
As ações da Yduqs caíram -4,83%, encerrando o pregão a R$ 9,45. A empresa do setor educacional enfrenta uma queda anual de -57,11%.
Banco do Brasil (BBDC3)
O Banco do Brasil (BBDC3) viu suas ações recuarem -2,34%, fechando o dia a R$ 12,94. O banco registra uma queda anual de -12,09%.
Cyrela (CYRE3)
A Cyrela (CYRE3) desvalorizou -2,75%, sendo cotada a R$ 20,16. Apesar da queda do dia, acumula valorização de 1,02% no ano.
Vivo (VIVT3)
Vivo registrou uma queda de -2,86%, fechando a R$ 27,20, com uma leve alta acumulada de 3,42% no mês.
Conclusão:
O pregão foi marcado por uma valorização expressiva das ações da Santos Brasil, impulsionada pela venda de parte da empresa ao Grupo CMA, líder global em logística. Siderurgia e varejo continuam enfrentando dificuldades.