O mercado financeiro brasileiro, representado pelo Ibovespa, vive um dia de fortes oscilações nesta quinta-feira, 26 de setembro de 2024. Com influências macroeconômicas globais, especialmente vindas da China, o comportamento das ações de grandes empresas de mineração e siderurgia destaca-se no índice, assim como o desempenho de instituições bancárias e empresas de energia. No entanto, o setor de petróleo sofre pressão negativa devido à queda nas cotações internacionais.
Influências macroeconômicas: O papel da China no desempenho do Ibovespa
Um dos principais motores para a alta no setor de mineração e siderurgia no Brasil está diretamente relacionado às políticas econômicas da China. O governo chinês, na tentativa de reaquecer sua economia, anunciou novos pacotes de estímulos fiscais e monetários. Essas medidas foram bem recebidas pelo mercado global, especialmente por países que exportam commodities, como o Brasil.
Na quarta-feira (25), o Banco Central da China reduziu a taxa de empréstimos de médio prazo para bancos, além de flexibilizar as exigências de hipotecas. A expectativa é que essas medidas fortaleçam o mercado imobiliário e impulsionem a demanda por minério de ferro e aço, produtos de extrema relevância para o setor industrial.
De acordo com especialistas do mercado, embora essas ações aliviem a pressão sobre o mercado siderúrgico global, a produção de aço em 2024 ainda deve ser menor em comparação a 2023. No entanto, o otimismo gerado por essa nova rodada de estímulos refletiu-se em uma elevação nos preços do minério de ferro, atingindo altas não vistas há semanas.
Ações de Mineração e Siderurgia em Alta
No Ibovespa, as ações de empresas do setor de mineração e siderurgia se destacam como as maiores altas do dia. Por volta das 12h, a Vale (VALE3) liderava o movimento, com uma alta de 4,50%, sendo cotada a R$ 63,34. Isso reflete o aumento dos contratos futuros de minério de ferro na Bolsa de Dalian, que subiram 4,19% na quarta-feira, levando o preço da tonelada a 709 iuanes (aproximadamente US$ 101).
Outras empresas do setor também se beneficiaram deste cenário. A Usiminas (USIM5) apresentava um avanço de 5,46%, cotada a R$ 6,37, enquanto a CSN (CSNA3) subia 4,84%, a R$ 12,77. A CSN Mineração (CMIN3) e a Gerdau (GGBR4) também mostravam desempenhos positivos, com altas de 4,00% e 2,68%, respectivamente.
Implicações para o mercado Brasileiro
O impacto dessas valorizações no mercado brasileiro é significativo, uma vez que a exportação de commodities, em particular o minério de ferro, é uma das principais fontes de receita para o país. O aumento na demanda por minério de ferro reflete diretamente nos lucros dessas empresas, favorecendo suas ações no mercado. Além disso, a melhora nas condições econômicas chinesas pode gerar um efeito cascata que beneficiaria outras indústrias no Brasil, como a de infraestrutura e construção.
Bancos mantêm crescimento moderado
Enquanto o setor de mineração e siderurgia é o principal destaque do dia no Ibovespa, as ações de grandes bancos também mostram desempenho positivo. Entre as 12h e as 12h30 de hoje, as ações do Santander (SANB11) registravam uma alta de 0,24%, sendo negociadas a R$ 29,14. Já o Bradesco (BBDC4) avançava 2,01%, cotado a R$ 14,73, e o Itaú Unibanco (ITUB4) subia 1,19%, sendo negociado a R$ 36,59. O Banco do Brasil (BBAS3), por sua vez, mantinha um crescimento de 0,73%, com suas ações a R$ 27,50.
Setor de petróleo em queda
Em contrapartida, as ações da Petrobras enfrentam uma correção negativa, influenciadas pela queda no preço do petróleo no mercado internacional. Às 12h, as ações da Petrobras ON (PETR3) recuavam 2,17%, sendo cotadas a R$ 39,65, enquanto as ações da Petrobras PN (PETR4) caíam 2,38%, para R$ 36,07. A PRIO3 recuava 4,29%, cotada a R$ 42,89.
A pressão sobre o preço do petróleo é resultado de uma combinação de fatores. A expectativa de que os estoques globais de petróleo continuem em alta, somada à diminuição na demanda por combustíveis, contribui para a desvalorização da commodity. Além disso, o mercado está monitorando de perto as políticas de produção da OPEP e seus aliados, o que adiciona mais incerteza à cotação do petróleo.
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